sexta-feira, 19 de agosto de 2016

A iminência de uma ruptura



Romper com seus hábitos, com suas vontades, com seus sonhos e desejos.

Todo mundo sabe quando um relacionamento não vai bem, seja ele amoroso ou amical. Mesmo que seja uma convicção íntima, pequena, quase invisível. Eu acho que todos nós somos capazes de sentir que algo está errado. A questão é querer ver ou se esconder esperando que tudo passe.

Eu gosto de me esconder. De fingir que nada está alí. Assim quem sabe não passa? Não, não passa. E por experiência, somente piora.  É querer resolver enquanto os problemas estão pequenos ou quando eles serão tão grandes que não poderão ser resolvidos, daí a necessidade de romper e recomeçar.

Talvez a segunda opção seja a maior representação da covardia, de não querer resolver nada para que tudo se resolva à sua revelia. Assim, ao menos, não foi sua culpa. Mas foi. Enfim, talvez não somente sua, mas sua também.

Eu sei de mim, sei que exteriorizar, ainda que difícil de fazer chegar as palavras às pessoas, me ajuda. Falar de mim, do que sinto, do que quero e do que não quero. Ajuda a organizar as idéias. Ainda que seja num monólogo ou em um diálogo com o meu cachorro.

Há pouco realizei que dentro de mim existe um enorme fluxo de pensamentos, incompletos, mal formados, caóticos. Pensamentos que querem sair todos ao mesmo tempo, criando um engarrafamento de idéias. O resultado é simplesmente não conseguir expressar a menor palavra. É simples, são tantas coisas que quero dizer, não consigo organizar o fluxo e acabo por não conseguir fazê-lo.

Quem me conhece sabe que muitas vezes fico calada. Quem já se relacionou comigo sabe que não consigo discutir relações. Somente meus amigos mais íntimos sabem o que penso e o que sinto. E ainda eles não sabem  por completo, exatamente por eu não conseguir organizar o trânsito dos meus pensamentos. Ou por não querer organizar. É aquela coisa de “já que sempre foi assim...”.

Por isto escrevo. Escrever ajuda a exteriorizar e rever o que sinto. E o que sinto neste momento é que grandes mudanças virão. Mudanças que desejei quase que secretamente, que quis e me arrependi de querer. Que acredito que possam ser necessárias para a minha própria reconstrução. Mas eu tenho medo.
 
É aquele medo que sentimos antes de uma grande decisão, quando não sabemos o que pode acontecer. Mas todos nós sobrevivemos. A vida não acaba quando um relacionamento acaba. A sua vida não acaba quando alguém sai dela. A vida se renova.

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