Calor me dá sono.
Parece que quanto mais o termômetro
aumenta, maior é meu cansaço.
Eu tomo duas, três e já cheguei a quatro doses de cafeína
pura, energético, guaraná em pó, estimulante para exercícios e chá preto.
Alguns deles combinados, outros sozinhos haja vista a composição de cada um. Eu
quero ficar acordada, não morrer. Ainda não.
Mas ainda assim sou capaz de dormir 10 horas seguidas logo
depois.
Eu me esforço, sento, leio duas linhas e o sono bate.
Escrevo um e-mail, bebo água gelada, olho pro lado de fora e nada do sono
passar. Eu invento o que fazer para movimentar o corpo e quem sabe animar um
pouco, mas nada. Exercícios, limpar a casa, arrumar a geladeira, organizar o
armário, organizar os papéis, tudo que me faça produzir algo de útil.
Volto pro computador, escrevo mais duas linhas. Penso que se
não avançar em pelo menos 50 páginas, não poderei continuar meu doutorado.
CINQUENTA páginas. Não deveria ser nada. Estou na décima terceira com muito
esforço (um ano pra escrever essas treze pequenas páginas, agora imagine
cinquenta).
Acabo me desviando dos meus objetivos primários.
Deveria ser mais fácil agora que somos só nós dois, não?
Eu te olho, você dorme enquanto eu trabalho. Eu adoro ver
você dormindo. Adoro sentir sua respiração com a minha mão enquanto você dorme.
Adoro sentir sua presença na casa. Há nisso algo reconfortante, que me faz
sentir segura de tudo. Por você eu aprendi a dormir com a porta do quarto
aberta, a acordar cedo para andar, a pensar no futuro distante, a querer nadar
mesmo que a água esteja fria.
Você me faz querer avançar e reconstruir meus objetivos. É
você e tudo será por você.
Por você eu volto, tento mais uma vez, me esforço. Por você
essas cinquenta páginas serão escritas.
Por e para você.
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