quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A volta

Cheguei em casa dia 12 pela manhã. Um amigo veio me ajudar a carregar as malas para cima – incrível a quantidade de coisas que consegui acumular ao longo dos anos! Trouxe comigo muitas lembranças, muitos livros, muitas fotos e quadros. Trouxe novos sentimentos, novos amigos e novas expectativas.

Desta vez foi mais difícil partir do que no ano passado, talvez eu estivesse mais feliz agora, tenha aproveitado mais da vida e tenha realmente me divertido.

Em 2007 eu vim morar em Paris pela primeira vez. Primeira vez na França, primeira vez que eu me encontrava totalmente sozinha com alguém. Primeira vez que tive que dividir meu espaço em tempo integral. Voltei um ano depois, passei um ano no Brasil. Um ano ruim, posso assim dizer. Não que coisas e pessoas boas não tenham acontecido na minha vida, mas no balanço, foi um ano ruim.

Eu ainda tinha muito o que fazer aqui, ainda tenho, então decidi voltar para cá e aqui (re)fazer minha casa, minha vida. Em 2009, quando saí da casa da minha avó não sofri tanto. Estava certa de que seria melhor eu ficar sozinha aqui do que lá. Então passei aqui um ano duro, mas feliz. Conheci muitas pessoas legais, muitas pessoas ruins, mas no balanço geral, guardei boas memórias de 2009/2010. Quando voltei para passar férias no Brasil estava cansada, irritada e precisando de um tempo longe de tudo. Foi perfeito. Tão perfeito que fiquei com vontade de voltar, de largar tudo aqui e ir embora de novo, mas não poderia jogar um ano da minha vida para o ar. E eu sabia que quando voltasse à rotina, ficaria do mesmo jeito que estava quando decidi vir para cá pela segunda vez.

Mas então foi mais difícil partir. Desta vez chorei em várias etapas, me despedindo das pessoas. Me despedindo da família. Não sabia se era melhor adiar o sofrimento ou acabar de vez com tudo e ir embora logo. Adiei por uma semana a alegria de estar com aqueles que amo. E valeu.

Quando entrei no avião já não podia mais falar com ninguém. Devolvi meu telefone para minha mãe, e fui embora. Passei algumas horas em estado catatônico, sem conseguir pensar em nada, sem conseguir agir. Só pensava que chegaria em casa e retomaria minha vida. A vida voltou ao normal. Fico feliz de estar em casa, mas sinto um aperto no coração pelos amigos que ficaram longe...

Nenhum comentário:

Postar um comentário