Ela pensava nele. Pensava num objeto de desejo que estava longe. Ele não tinha um nome, somente um rosto que ela havia visto na multidão e que agora via em cada homem que cruzava seu caminho.
Ele não tinha um nome mas ela sabia quem ele era. Ela sabia que o amava sem que pudesse amar. Ele era bonito, alto, forte. Era um resumo de tudo o que sempre havia procurado em um homem sem nome.
Ele servia para apaziguar os seus momentos de solidão, enquanto ela olhava para a televisão sem ver o que estava passando, enquanto virava as páginas do livro que não lia, enquanto cozinhava, limpava, estudava.
Ele... Pensava nele dia e noite sem saber aonde encontrá-lo. Sabia que sairia de casa e veria seu rosto, mas não sabia quem era e não sabia como abordá-lo.
Ela o via passear na praça em frente à sua casa, ela o via no supermercado aonde ia todos os dias comprar seu jantar. Ela o via indo para o trabalho. Ela o via quando ia comprar roupas.
Ela...
Já estava perdendo a noção da realidade. Ela sabia que ele existia e que ele estava ali. Era ele quem lhe abria a porta do elevador todos os dias, quem lhe dava café da manhã na cama, quem lhe fazia massagem nos pés após um longo dia de trabalho. Era ele quem a satisfazia em cada um dos seus caprichos. Era ele quem trazia flores aos sábados para comemorar a primavera. Era ele quem lhe dava um beijo antes de dormir.
Dia desses, ela adormeceu antes dele aparecer. E foi como um eterno sonho onde ele não existia.
Há um mês
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