Ele dormia cansado. Seu corpo estava pesadamente caído na cama quando o telefone tocou. Não percebeu naquele momento, não atendeu. Tocou novamente. Finalmente recebeu uma mensagem que dizia: “me liga quando puder, preciso falar com você urgente!”
Mas ele não leu. Continuou a dormir.
Quando acordou não olhou o telefone, tomou um banho demorado e saiu. Passeou pelas ruas quase desertas vendo o pôr do sol. Parou em um parque, sentou e respirou fundo. Não havia ninguém ao seu lado, somente o barulho do vento lhe fazia companhia. Nada mais de crianças chorando, mulheres gritando com seus filhos, homens conversando, pessoas voltando para suas casas, vendo televisão, falando ao telefone... Ninguém.
Enquanto isso, na sua casa, o telefone tocava. Cada vez mais mensagens se acumulavam. Eram os amigos querendo saber onde estava, a namorada querendo lhe dar uma notícia urgente, os pais perguntando se estava comendo direito. Queriam saber como estava o trabalho, a vida social, em qual bar se encontrariam mais tarde ou se estava preparado para uma viagem que planejara.
Ele havia tomado uma decisão e usava este tempo para refletir se era o passo certo a ser dado. Ele precisava avisar a todos que havia finalmente decidido tomar coragem e agir.
Olhou o sol morrer antes de se levantar e ir anunciar a boa nova.
Há um mês
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