segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Lettres à un ami distant...

Eu sempre fui boa em escrever cartas. Tudo o que não conseguia dizer, eu colocava no papel. Adorava expressar meus sentimentos, fosse para mandá-los ou para guardá-los em minhas gavetas. Ao final do ano, durante as festas de família, eu escrevia uma carta para as pessoas presentes. Às vezes mais de uma.

A tinta e o papel sempre foram meus amigos fiéis. Até este momento.

Este ano, estando longe da família, resolvi escrever cartões para expressar meu carinho, tão reprimido pela voz. Percebi que havia perdido boa parte da minha habilidade em escrever o que sinto. Me acostumei a escrever cientificamente e convenhamos que esta não é a melhor maneira de falar "eu te amo".

Todos os cartões já foram escritos, somente um que não consegue sair. Não por eu não saber o que quero dizer, mas por não saber como. Por não saber a reação do outro: para cada cartão que escrevi, eu sei qual vai ser a reação da pessoa, uns vão sorrir, outros chorar.

Mas este cartão... Ah, este cartão não me deixa margem para imaginação. Penso em mandar isto ou aquilo junto com os votos de ano novo. Penso em dizer como me sinto, mas isso não caberia em um só cartão.

Penso, penso, penso... E no final já não sei mais o que vale a pena escrever. E como diria a sabedoria popular, quem pensa demais...

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